domingo, 19 de maio de 2013

MEDITAÇÃO PENTECOSTES


"E todos ficaram repletos do Espírito Santo” (At 2,4).
 Quando falamos de Pentecostes creio que o texto de Atos 2,1-13 é o que vem de mais imediato em nossas mentes. Sem dúvidas este é um dos textos que mais foi usado por pintores, compositores, dramaturgos e pela própria liturgia da Igreja.
Naquela manhã, cinquenta dias depois da Páscoa, um vento impetuoso soprou sobre Jerusalém e a chama do Espírito Santo desceu sobre os discípulos reunidos, pousou sobre cada um e acendeu neles o fogo divino, um fogo de amor, capaz de transformar. O receio desapareceu, o coração sentiu uma nova força, as línguas soltaram-se e começaram a falar com franqueza, de modo que todos pudessem compreender o anúncio de Jesus Cristo morto e ressuscitado. No Pentecostes, onde havia divisão e indiferença, surgiram unidade e compreensão.
Para isso, amados/as, é que existe a Igreja. Ela existe para ser o lugar da unidade e da comunhão. Só quem vive no e pelo Espírito é que pode gerar aquilo que é próprio do Espírito: o amor, a alegria e a paz (Gl 5,22). Todas as vezes que nos contrapormos às obras da carne – o egoísmo, a violência, a inimizade, a discórdia, o ciúme, o desentendimento – o Pentecostes continuará a ser uma realidade viva e atual em nosso meio.
Sem a unidade não existe o derramamento do Espírito. A dispersão só pode gerar Babel. O Pentecostes é fruto da unidade. O Pentecostes exige a unidade.
A narração do Pentecostes em Lucas diz-nos que Jesus antes de subir ao Céu pediu aos Apóstolos que permanecessem juntos para se prepararem para receber o dom do Espírito Santo. E assim reuniram-se em oração no Cenáculo na expectativa do acontecimento prometido (cf. At 1, 14).
Também nós, nesse Pentecostes, somos convocados a permanecermos juntos e, em comunidade, clamarmos pelo derramamento do Paráclito. “Estar juntos” aqui não tem apenas uma conotação física. Estar juntos significa, sobretudo, termos uma mesma e única comunhão de pensamentos.
Num mundo que cada vez mais se divide por castas, classes sociais, credos, ideologias, etc. testemunhemos que ainda hoje somos um Cenáculo de amor, de superação, de solidariedade, de gente que gosta de gente; que nossa Fraternidade é formada por homens e mulheres seguidores do Cristo Crucificado que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos (1Cor 1,23).
 Recolhidos com Maria nos juntemos a Igreja para pedir: “Veni Sancte Spiritus repletuorum corda fidelium, et tui amoris in eis ignem accende.! — Vem, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor! Amém”.
Santo e poderoso Pentecostes para todos nós.
Pe. Gilson Sobreiro, pjc

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